segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Macau e a cultura deles (em relação aos filhos)

Olá a todos, desculpem a minha ausência mas foi por um bom sinal...já estou finalmente de volta às aulas, comecei a trabalhar a semana passada e por isso comecei a odisseia dos planeamentos escolares. Não estou no meu grupo de recrutamento mas dar aulas de Educação Física seja no Ensino secundário ou no 1ºciclo é sempre um grande desafio ano após ano.

Hoje vou falar mais um pouco da minha viagem a Macau, mais propriamente da cultura deles em relação aos filhos. Em Macau a licença de maternidade da Mãe é cerca de um mês, a do Pai, 2 dias lol sei isto porque quando lá estive, conheci um casal português com quem o meu marido trabalha e acompanhei de perto a odisseia deles serem pais em Macau.
Já aqui disse que a minha filha foi para o infantário aos 22 meses, para mim acho uma crueldade terem de ir aos 5/6 meses quando os avós não conseguem ficar com eles, então se tivesse que deixar a minha filha com um mês de idade dava-me uma coisinha má! 
Mas aí é que muda tudo, em Macau, eles não vão para o infantário, ficam com uma ama, que normalmente é também a empregada interna. Eles tem agências de recrutamento de amas/empregadas internas e o nosso bebé fica com ela quase até aos 3 anos. Podemos colocar a criança mais cedo na escola, mas normalmente é com essa idade que iniciam o período escolar. Depois disso a ama/empregada interna, continua a ser uma "educadora", pois as crianças saem cedo da escola e é muito comum ver durante o dia as amas a passearem com eles, a irem a piscina, as compras, ao parque, etc. 

Em Macau, as coisas são todas muito perto umas das outras, demoramos 10 minutos a chegar ao trabalho, normalmente não há muito trânsito, existe uma boa rede de transportes e isso também facilita um pouco a Mãe, pois a qualquer momento podemos ir a casa ver o nosso bebé. Além de que se o bebé ficar doente, não precisamos faltar ao trabalho para ficar com ele em casa (não que eu me sinta confortável com isso, pois prefiro mil vezes ficar com a minha filha doente em casa), mas em algumas situações sabemos que aquelas simples viroses de 3 dias vão passar e não temos onde deixar os nossos filhos e consequentemente temos de faltar ao trabalho, não deixando ninguém bem disposto.

Durante os 15 dias que passei em Macau, cruzei-me com imensas amas/empregadas internas e só tenho a dizer bem delas, aquilo que vi era um trabalho feito com amor e carinho pelas crianças, além disso são muito simpáticas e muito prestáveis. Acho que é quase como deixássemos o nosso bebé com uma Avó, uma segunda Mãe, e acho isso fantástico, apesar de que não sei se conseguia deixar um filho meu tão pequenino em casa para ir trabalhar, acho que seria uma questão de me habituar a ideia. 

Para concluir, continuo a não concordar com as nossas licenças de maternidade, assim como não acho a melhor coisa do mundo esta cultura de Macau em relação as crianças. Também sei que existem empregadas internas e amas em Portugal a funcionar da mesma maneira, mas também sabemos que perdemos quase uma hora para ir a casa durante o almoço se quisermos ir ver o nosso bebé, pelo menos nas grandes cidades.
Continuo a defender que nós mães devíamos ficar com os nossos filhos em casa e sermos remuneradas na mesma, pois não existe melhor coisa do mundo do que ver o nosso filho crescer dia após dia sem o stress diário do trabalho. 

Um Beijinho,
Raquel F.
Eu e a Maria em Macau (Ruínas de São Paulo)



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